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quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Libert City
GTA volta às suas origens com GTA IV. Estamos de volta a Liberty City, a cidade original das gangues e contraventores, a cidade ideal para GTA I e II. GTA já é uma das melhores e mais influentes séries de games. O nível de grandiosidade e liberdade de GTA deixa metade dos RPGs no chinelo. Mas a grande pergunta é: depois de jogos maravilhosos como Vice City e San Andreas, o que a Rockstar poderia oferecer de novo para aumentar ainda mais o status de GTA?
Niko Bellic, um imigrante dos Balkans, após anos trabalhando no submundo europeu, chega a Liberty City para encontrar seu primo e viver na terra das oportunidades. Mas Niko tem outros planos: encontrar o traidor que destruiu seus amigos durante a guerra.
Como em todo GTA, o nível monstruoso logo impressiona. Liberty City é Nova York, toda cidade está representada no game: Times Square, Rockfeller Center, Estátua da Liberdade e até o Bronks, onde Niko começa o jogo. A cidade é dividida em três partes que são liberadas à medida que o jogo avança, como em todo GTA. A cidade de Liberty City está ativa, com ladrões nas esquinas, carros roubados, vendedores de comida... Liberty City é uma cidade, Nova York. E isso torna o jogo cansativo.
Nova York é uma ótima cidade para visitar, fazer compras, assistir shows, trabalhar e ganhar um bom dinheiro, mas horrível para um jogo. Depois de Miami (Vice City) com suas praias, campos de golfe e San Andreas (Los Angeles, San Francisco e Las Vegas), Liberty City é maçante. A cidade é uma grande metrópole com prédios para todos os lados, seja no centro ou no subúrbio. Tudo é cinza, tudo é escuro. Por mais que você ande, a cidade parece igual. Não tem montanha, não tem lago... Só cinza. Após algumas horas fica bastante cansativo e você começa a bocejar ao dirigir pelas ruas.
Além disso, algumas mudanças em GTA IV não foram as melhores. A princípio o jogo dá a impressão de ter mais opções de jogo, mas não tem. Em GTA IV você pode jogar boliche, dardo, bilhar, visitar um cibercafé, assistir TV... Todas interessantes adições ao jogo, mas todos mini-games são simples. Seriam ótimas idéias se não tivessem retirado os outros mini-games, como as chamadas de ambulância, o táxi driver... Só ficaram as missões da polícia.
Porém, o mais estranho de Liberty City é a história: ela não convence. Niko Bellic é apenas um garoto de programa que faz qualquer coisa por um sorvete. O personagem principal não é ruim, sua história sim. Ele se envolve com diversos personagens sem passado e sem futuro, que somem sem deixar rastro. A grande vingança de Niko, o principal elo do jogo, fica esquecida e reaparece apenas no meio do jogo sem grandes expectativas. O final também é bem simples para um GTA. A falta de criatividade da Rockstar não ajuda, ela dividiu as missões em dois tipos: dirigir até o ponto amarelo e matar todos os pontos vermelhos no mapa; ou dirigir até o ponto amarelo, perseguir o carro vermelho e matar todos dentro do carro. Barco e helicóptero são mal utilizados.
Então GTA IV é ruim? Não, é um grande jogo quando copia os outros GTAs. Quando Liberty City usa os elementos de Vice City e San Andreas, GTA IV é grandioso. O cenário é bem feito, a cidade é grande, os carros são bonitos, apesar do sistema estranho de manobras. É tão divertido como todo GTA. Mas não passa disso, não traz novidades nem um novo tipo de GTA, apenas mais da América da Rockstar.
GTA IV não é um jogo fraco é uma tremenda diversão, mas já deu. A Rockstar está trabalhando em um novo engine para os próximos games, mas não é isso que falta em GTA IV. Faltam novidades, falta explorar ainda mais a cidade gigantesca criada pela Rockstar. Falta mudar. A empresa já mostrou que sabe como fazer um grande jogo, agora precisa mostrar que sabe como evoluir.
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